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18 de março de 2010

Saúde Animal: Tosse Canina




Definição
A traqueobronquite infecciosa canina, também chamada de tosse dos canis, é uma infecção que ataca o sistema respiratório dos cães, resultando em crises de tosse.




Agente Causador
Agente Causador
O agente causador desta doença, na maioria das vezes, é a bactéria Bordetella bronchiseptica, embora outros agentes infecciosos possam estar relacionados, como por exemplo, o vírus da parainfluenza canina (CPiV), o adenovírus canino tipo II, herpesvírus canino e vírus da cinomose canina. Quando há o envolvimento de mais de um agente, a doença se apresenta de forma mais grave.

 No Brasil, não se sabe muito a respeito desta doença, apenas que ela é uma das principais enfermidades respiratórias em cães, podendo haver surtos de dimensões epizoóticas em locais de alta densidade populacional de cães que mantenham estreito contato, pois a transmissão de dá através do contato direto com os animais infectados, ou ainda, do contato com perdigotos contaminados, eliminados por aerossol.

 No período de incubação desta bactéria, que dura cerca de 6 dias, estas ficam aderidas aos cílios presentes no trato respiratório, através de moléculas de adesina. Após a B.bronchiseptica instalar-se nas células, ela irá produzir toxinas que irão causar uma estase nos cílios, levando à uma diminuição na barreira protetora do sistema respiratório, facilitando a colonização deste por outros agentes infecciosos.

Diagnóstico
Os sinais clínicos apresentados pelos cães nem sempre são causados pela Bordetella, e sim pelos patógenos oportunistas. Na forma mais leve da doença, o sintoma mais comum é a repetida tosse curta e seca, acompanhada de engasgos ou movimentos similares ao de vômito ou sufocamento. Quando o animal realiza exercícos, fica excitado ou sofre alguma pressão sobre a traquéia, a tosse torna-se mais frequente. Apesar destes sintomas, o animal come bem, continua vivaz e não apresenta febre.

Os casos mais graves da doença, geralmente resultam de infecções mistas de cães não vacinados, em grande parte dos casos, vindos de canis, lojas ou abrigos. Aparentemente, o que torna o quadro clínico do animal mais grave é a broncopneumonia bacteriana. A tosse se tornará produtiva em consequência da traqueobronquite acompanhada de broncopneumonia e o animal passa a apresentar anorexia, depressão, febre e descarga nasocular. Este caso é mais difícil de ser diferenciado da cinomose e pode levar o animal à óbito.

O diagnóstico é feito com base nos sintomas apresentados e histórico do animal. Podem ser realizados exames complementares, como hemogramas e exames citológicos, mas que geralmente são inespecíficos, pois a B. bronchiseptica pode estar presente nas vias aéreas de animais que são portadores assintomáticos. O raio-x do tórax também é uma importante forma de diagnóstico nos casos mais graves da doença.


Tratamento
Nos casos mais leves, por ser auto-limitante dentro de 7 a 14 dias, muitas vezes não há necessidade da realização de uma terapia específica. Nos casos mais graves, onde há o envolvimento do trato respiratório inferior, o tratamento é feito com a administração de antibióticos diretamente no trato respiratório, através de nebulização ou por injeção intratraqueal, sendo que os antibióticos de escolha são gentamicina e canamicina, com intervalo de 12 horas no primeiro dia e depois, apenas uma vez ao dia durante 5 a 7 dias. No caso de pneumonia causada por esta bactéria, pode ser eficaz o uso de doses elevadas de antibióticos via parenteral, por um período de 10 a 14 dias.

Hoje já existe no mercado diversas vacinas contra a B. bronchiseptica e também, contra o adenovírus canino tipo II e vírus da parainfluenza canina. São vacinas vivas-atenuadas para aplicação intranasal e vacinas inativadas para uso injetável. As intranasais conferem proteção com apenas uma dose, já as injetávies, após duas doses. Para prevenir a tosse dos canis também é importante evitar banhos no inverno, não deixar os animais expostos à friagem, e manter os animais saudáveis distantes de animais infectados.