por Margarida Telles
Carne, frango, salmão e ovelha, com vegetais ou cereais. As opções nas prateleiras das pet shops são tantas que, na hora de escolher a melhor comida para seu cão ou gato, o consumidor muitas vezes fica confuso com o número de alternativas disponível. Se antes os únicos elementos a considerar eram o preço e a idade do animal, hoje a situação é outra.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Alimentos Pet, apenas em 2009, foram gastos com o segmento mais de R$ 6 bilhões. Na Cobasi, loja especializada em produtos para animais, são encontradas cerca de 30 marcas de ração para cães e 20 para gatos. “Tivemos um aumento de fornecedores nacionais e multinacionais no setor”, afirma Carla Storino, veterinária e analista de marketing da loja. Entre as muitas opções oferecidas, a marca brasileira Premier Pet, no mercado há 15 anos, aposta nas rações premium e superpremium, com maior valor nutricional – e preço mais salgado. “Temos rações para cães e gatos com estilos de vida, idades, pesos e até mesmo raças diferentes”, afirma Keila Regina de Godoy, veterinária e representante da empresa.
Mesmo com tanta variedade, o americano Mark Poveromo, autor do livro sobre nutrição canina To Your Dog´s Health (Para a Saúde de seu Cachorro, ainda sem tradução para o português), defende que nem sempre animais da mesma raça ou idade têm necessidades semelhantes. “Cães e gatos não são todos iguais, assim como nós humanos não o somos”, diz. Para o autor, não basta pegar um saco de ração para adultos no supermercado apenas porque seu cão é adulto. “Embora isso possa funcionar para a maioria dos animais, alguns cachorros precisam de dietas específicas, que devem ser baseadas em seu histórico veterinário.”
Como saber se a alimentação de seu animal não funciona bem para ele? “O pêlo e a pele possuem alta dinâmica metabólica. Se apresentam coloração inadequada ou escamação, o animal pode ter problemas nutricionais”, afirma Aulus Carciofi, professor da Unesp e diretor do Colégio Brasileiro de Nutrição Animal. “Cães e gatos com problemas de coração, doenças hepáticas ou renais devem combinar o tratamento indicado pelo veterinário com rações terapêuticas, que dão qualidade de vida para o animal doente.”
A arquiteta Laura Sobral sabe como é ter um cão com hábitos alimentares específicos. A cadela de três anos Zulu não demonstra muito entusiasmo para comer ração. “Nós tentamos umas cinco marcas até encontrarmos uma que ela gostasse”, diz Laura. “Nunca vi uma vira-lata tão fresca.” Nesses casos, as rações úmidas podem ser uma solução. “Mas precisam ser oferecidas em maior quantidade, por terem mais água na fórmula”, afirma a zootecnista Kelen Zavarize, especializada em nutrição e alimentação animal.
Alguns preferem resolver o problema fazendo em casa a comida dos próprios pets. A dentista Mônica Simon assumiu a dieta de seus cães há muitos anos, com base nas orientações de um veterinário. “Hoje, meus dachshunds Christian, de 14 anos, e Tasse, de 13, comem uma combinação de arroz, carne, frango e legumes. Os dois já são bem velhinhos, mas gozam de perfeita saúde”, diz Mônica. “Produzir o alimento dos animais não é para qualquer pessoa”, afirma Aulus. “Não vale fazer a comida para a família e guardar um pouco para os animais. É preciso cozinhar para eles.”