Os cães da Polícia Militar dedicam a vida inteira ao trabalho. No berçário do canil, eles são disciplinados desde cedo e aprendem a ser valentes. Já na fase adulta, quando estão prontos para se aposentar, geralmente são adotados pelos policiais.
O SPTV 1ª edição exibe desde segunda-feira (8) a série "Cão Policial" sobre os cães que fazem parte do canil da Polícia Militar de São Paulo, que completa 60 anos em 2010. O treinamento feito com os cães capacita os animais para encontrar drogas e achar vítimas de desabamento.
Veja como é feito o treinamento dos cães da PM de SP. Quase todos os cachorros da PM são comprados em canis registrados. Os animais precisam ter entre 3 e 8 meses e pedigree comprovado. “Nós visitamos o canil, olhamos a ninhada, o comportamento da ninhada, dos pais principalmente. O temperamento dos pais e depois disso é feita uma seleção dentro da ninhada”, explica o sargento Oscar Coutinho.
No berçário, os cachorros ficam 40 dias. Nesse período, completam a vacinação, recebem vermífugos e uma alimentação balanceada. A PM também aceita doações. O cachorro deve ter no máximo 12 meses, pedigree comprovado, estar com a vacinação em dia e o dono precisa trazer exames, comprovando que o animal está saudável.
“Essa fase [do bercário] a gente apresenta o mundo pra ele, encoraja ele a enfrentar os problemas pra quando ele chegar a adulto, ele ser um bom cão policial, não ter medo, ser valente”, fala o soldado Caio Augusto Simões Garcia.
Caio terá um longo trabalho. O cachorro Argus faz parte da leva de filhotes que estará nas ruas na copa de 2014. O treinamento é uma experiência nova para os dois, pois Argus é o primeiro cão que Caio irá adestrar.
Marley
Um dos cães ganhou o nome de Marley por causa do livro que até virou filme sobre um cachorro completamente indisciplinado, mas que era a paixão de todos da família. Ele tem 1 ano e 5 meses e foi doado por uma família há quatro meses, pois estava acabando com a casa. No canil, ele já destruiu uma porta e está começando a destruir a segunda.
Marley é um labrador hiperativo. Precisa de espaço para gastar energia. Apesar de agitado, ele está se adaptando à rotina de treinos. Perto do adestrador até parece outro cão. A missão do cabo Gilson Alves é fazer do animal um especialista na busca de explosivo.
Aposentadoria
Enquanto alguns cachorros estão começando a carreira, outros já cumpriram seu papel. De acordo com as normas do canil, quando o animal completa 8 anos, ele se aposenta. Na maioria das vezes, é adotado pelo policial que ficou ao lado dele a vida toda.
Foi isso que aconteceu com Califa. Ele trabalhou oito anos na Tropa de Choque, ao lado do soldado Orides Cavalcanti. Agora, assumiu uma outro função: é o cão de guarda da família, em Guarulhos. “A adaptação é gradativa. O cão identifica as pessoas pelo cheiro e pela voz, assim que ele assimilar a voz de todo mundo, sentir o cheiro de todo mundo, ele já vai criar um vínculo de amizade.”
Fonte: Portal G1