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15 de outubro de 2011

Bullying entre cães. Isto existe?




Se você observar um grupo de cães brincando, poderá encontrar vários tipos de personalidades e comportamentos. Há aquele cão que se dá bem com todos os tipos e raças, outro meio “pentelho” (desculpe, não consigo pensar em uma expressão melhor) e que incomoda todos puxando a orelha, roubando o brinquedo e mordendo. 


O problema é quando este último encontrar o “esquentadinho” da turma e tudo acaba em briga. 

Estes momentos, muitas vezes, não são muito diferentes de crianças brincando e interagindo na hora do recreio. Sempre há uma criança super social, a mais “pentelha”, uma brigona e aquela que prefere passar totalmente despercebida pelo grupo.

Se o seu cachorro é aquele que sempre acaba apanhando ou arranjando briga, talvez ele seja vítima ou agente de bullying canino. Para quem ainda não conhece o termo que vem da língua inglesa, bullying é a palavra utilizada para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo.

Segundo o especialista em comportamento canino Gustavo Campelo, um tipo parecido de bullying também acontece entre os cachorros. “Para um grupo de cães que forma uma matilha, não é interessante ter como membro um animal medroso, frágil ou ansioso demais e que desestabilize o grupo”, explica. Por esta razão, é comum que esse cão seja pressionado e até atacado pelos outros do grupo quando manifesta esses comportamentos frágeis.

Características dos cães com problema

Esses cachorros mais medrosos ou ansiosos e que são frequentemente atacados por outros pets, geralmente não tiveram uma boa socialização desde filhote, aponta o especialista. 

“Também podem ser super protegidos pelos proprietários e isso somente agrava todo o problema”, explica o adestrador. Do outro lado, os cães que iniciam a pressão ou o ataque são bichos mais dominantes, mas que também tiveram pouca socialização e, consequentemente, têm pouco controle por parte dos proprietários.

Prevenção 

Esses episódios de bullying canino são mais comuns entre cães que já se conhecem e formam um grupo. No entanto, também pode acontecer com animais que estão se encontrando pela primeira vez. Por esta razão, a melhor maneira de tratar deste problema é a prevenção. “Tanto com um cão violento como com a vítima, o importante é iniciar a socialização dos cães desde filhote e sempre com a ajuda de um profissional.”

É importante que filhotes tenham contato com outros cães para aprender a se comunicar, interagir e brincar de forma saudável. “Não se pode esquecer que socializar cães não é somente soltar o animal no parque com outros cães”, lembra Campelo. Outra razão para essa agressividade pode vir do berço. “Todos nós, treinadores, proprietários e principalmente os criadores temos que nos conscientizar de que o cão deve ser retirado da ninhada apenas a partir dos 60 dias de vida.” Segundo o adestrador, essas medidas já minimizam em 80% a chance deste e outros problemas de comportamento acontecerem.

Fonte: Canina Blog