
O problema é quando este último encontrar o
“esquentadinho” da turma e tudo acaba em briga.
Estes momentos, muitas vezes, não são muito diferentes de
crianças brincando e interagindo na hora do recreio. Sempre há uma criança
super social, a mais “pentelha”, uma brigona e aquela que prefere passar
totalmente despercebida pelo grupo.
Se o seu cachorro é aquele que sempre acaba apanhando ou
arranjando briga, talvez ele seja vítima ou agente de bullying canino.
Para quem ainda não conhece o termo que vem da língua inglesa, bullying é a
palavra utilizada para descrever atos de violência física ou psicológica,
intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo.
Segundo o especialista em comportamento canino Gustavo
Campelo, um tipo parecido de bullying também acontece entre os cachorros.
“Para um grupo de cães que forma uma matilha, não é interessante ter como
membro um animal medroso, frágil ou ansioso demais e que desestabilize o
grupo”, explica. Por esta razão, é comum que esse cão seja pressionado e até
atacado pelos outros do grupo quando manifesta esses comportamentos frágeis.
Características dos cães com problema
Esses cachorros mais medrosos ou ansiosos e que são
frequentemente atacados por outros pets, geralmente não tiveram uma boa
socialização desde filhote, aponta o especialista.
“Também podem ser super
protegidos pelos proprietários e isso somente agrava todo o problema”, explica
o adestrador. Do outro lado, os cães que iniciam a pressão ou o ataque são
bichos mais dominantes, mas que também tiveram pouca socialização e,
consequentemente, têm pouco controle por parte dos proprietários.
Prevenção
Esses episódios de bullying canino são mais comuns entre
cães que já se conhecem e formam um grupo. No entanto, também pode
acontecer com animais que estão se encontrando pela primeira vez. Por esta
razão, a melhor maneira de tratar deste problema é a prevenção. “Tanto com um
cão violento como com a vítima, o importante é iniciar a socialização dos cães
desde filhote e sempre com a ajuda de um profissional.”
É importante que filhotes tenham contato com outros
cães para aprender a se comunicar, interagir e brincar de forma saudável. “Não
se pode esquecer que socializar cães não é somente soltar o animal no parque
com outros cães”, lembra Campelo. Outra razão para essa agressividade pode vir
do berço. “Todos nós, treinadores, proprietários e principalmente os criadores
temos que nos conscientizar de que o cão deve ser retirado da ninhada apenas a
partir dos 60 dias de vida.” Segundo o adestrador, essas medidas já minimizam
em 80% a chance deste e outros problemas de comportamento acontecerem.
Fonte: Canina Blog