Compartilhe:
    


25 de outubro de 2011

Projeto de lei na Câmara discute guarda para animais de estimação





Não são só os imóveis que dão briga na hora da separação. Tem de dividir tanta coisa que muita gente acaba esquecendo: quem fica com o bicho de estimação? O Congresso resolveu entrar na discussão. Já tem até projeto de lei. Existe guarda compartilhada para bicho?






Tem casais que, na prática, já decidiram a guarda compartilhada ou a alternância nos fins de semana. Mas há aqueles que têm dificuldade pra chegar a um acordo, poderão ganhar uma ajuda. Um projeto de lei, em discussão na Câmara dos Deputados, propõe critérios objetivos para definir a guarda dos animais justamente para evitar mais brigas na separação.

Já imaginou ter de abrir mão de bichinhos como Snoppy e Bob? “Não consigo nem imaginar porque é assim. Minha vida são os dois”, diz uma moradora de Brasília.

A disputa de alguns casais é essa: quem vai ficar com o cachorro, o gato ou o papagaio de estimação? “Em uma separação, é difícil realmente saber com quem vai ficar o animal”, reconhece um veterinário.

É um assunto considerado tão sério que já tem até projeto de lei com regras em caso de divórcio. A proposta define critérios para a guarda de animais domésticos e detalha quem tem mais chances de ficar com o bicho depois da separação.

A prioridade é para o proprietário legítimo, ou seja, quem comprou o animal. Mas não basta ser dono. Também, diz o projeto, tem de ter afinidade com ele. “Com certeza, um bichinho é que nem filho”, comenta um rapaz.

Além de carinho, é preciso ter tempo para passear e levar ao médico. Segundo o projeto, dinheiro também conta – o suficiente, pelo menos, para oferecer um ambiente adequado. 

“Todo cuidado, como médico, mimos, brinquedo e tratamento com pet shop”, cita a servidora pública Ana Felicita.

A veterinária Bárbara Borges diz que é melhor assim: tudo combinado, porque bicho também se estressa. “O animal ficou triste por causa da separação, trocou de ambiente, aquele ambiente que ele viveu a vida toda. Aí ele para de comer, não quer comer e não quer brincar”, alerta.

O projeto também traz a possibilidade de guarda compartilhada, com direitos e deveres. 

Pauline deixou a gata morar na casa do ex, mas nunca perdeu o contato. “A gente sempre se fala. Eu sempre pergunto como ela está, quero saber notícias”, comenta.

Na casa da bióloga Edriana Araújo também foi assim. Conversando, tudo se resolveu. O ex tem livre acesso à casa dela para visitar os três gatos. “A gente sempre procura fazer o melhor para que eles se sintam bem e não sintam tanto a falta, já que a gente decidiu adotar os gatos”, conta.

O projeto estabelece também que o ex-casal entre em acordo na hora de arrumar “pretendentes” para o bicho. Namoro e filhotes, só se ambos concordarem. A proposta será analisada na comissão de meio ambiente da Câmara. Depois ainda segue um longo caminho até a votação final.

Fonte: G1