Uma cadela da raça poodle teve a pata quebrada e a pele colada com cola
instantânea junto ao peito, em São Manuel, no interior de São Paulo. O
procedimento foi usado por um veterinário para imobilizar a região
fraturada. O caso foi parar na polícia e no Conselho Regional de
Medicina Veterinária de São Paulo.
Kelly Padovan, a dona da cadela Radija, um poodle de 4 meses, entrou
em desespero e procurou outro profissional. A cadela quebrou uma das
patas da frente depois de cair do sofá. Existe risco da pata ser
amputada. O pelo e a pele da região colada caíram.
Ao ver a cachorra chorando e gemendo de dor, além de recusar
alimento, Kelly lavou a cachorra debaixo do chuveiro com água quente e
cola se soltou. Ela procurou um outro veterinário, que ficou surpreso
com o que viu. A pele do animal ficou com lesões.
O veterinário que atendeu a cadela e usou a cola, Airton Ribeiro
Romão, afirma que a técnica funciona e já teria colado um cabrito e um
passarinho, que se recuperaram bem. À TV Tem ele disse que o problema
foi a dona ter descolado antes dos 30 dias, prazo dado para que a cadela
se recuperasse. - Tentaram desfazer o meu procedimento. O bisturi ou a
água muito quente provocaram lesão no animal. A cola não provoca isso -
disse o veterinário.
A consulta custou R$30 mais o valor da cola, de R$3,70. O
departamento de cirurgia Faculdade de Veterinária da Unesp de Botucatu
disse que existem estudos sobre o uso da cola instantânea em fraturas e
ferimentos, mas os resultados ainda são controversos. O hospital afirmou
também que não adota o procedimento
Um boletim de ocorrência foi registrado e o veterinário pode
responder por crueldade contra animais, segundo o delegado José Mario
Toniato. O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) vai apurar o
caso. - Será aberto um inquérito, onde será avaliado o fato. Tanto o
veterinário quanto o proprietário serão ouvidos e depois o caso será
julgado. A penalidade pode ser desde uma advertência até a suspensão do
exercício profissional. Este tipo de imobilização eu desconheço -
revelou à TV Tem a delegada do CRMV Maria Lúcia de Souza.
A cachorra está com a pata enfaixada e consegue andar, segundo a dona.
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